Sabe aquela pergunta que absolutamente todo professor já ouviu de algum aluno, que é: “tá, mas quando é que eu vou usar isso na minha vida?”. A interdisciplinaridade vem se mostrando ao longo do tempo como uma solução para integrar a vida do aluno no aprendizado. E extinguir essa pergunta de vez — porque a resposta será óbvia.
Segundo o documento que define os Parâmetros Curriculares Nacionais, a interdisciplinaridade “questiona a segmentação entre os diferentes campos de conhecimento.” Essa segmentação é produzida por uma abordagem antiquada, que não leva em conta a inter-relação e a influência entre áreas do aprendizado.
O mesmo texto diz que a interdisciplinaridade “questiona a visão compartimentada (disciplinar) da realidade sobre a qual a escola, tal como é conhecida, historicamente se constituiu.”
Não à toa, ela se estabelece como um aspecto necessário ao ensino moderno.
O que é a interdisciplinaridade na escola?
Interdisciplinaridade, segundo Piaget, é “o intercâmbio mútuo e a integração recíproca de várias ciências”.
Por meio da interdisciplinaridade, a escola deixa de trabalhar tópicos separadamente e passa a encará-los de forma integrada. Isso abre a oportunidade de explorar suas diversas aplicações.
Por exemplo, na atividade Construindo Jogos, do NAV Digital, em vez de apresentar princípios e fórmulas da geometria isoladamente, nós os apresentamos como conhecimento necessário para a construção de um tabuleiro de jogos.
Não apenas o conteúdo de geometria é desenvolvido. Mas também competências da Língua Portuguesa, como a leitura e compreensão, planejamento e escrita das regras do jogos. Além disso, conceitos dentro de História e Geografia também foram abordados. Convidando os alunos a refletir sobre a história dos jogos ao longo de diversos tempos e espaços.
Dessa forma, ao invés de manter a estrutura rígida do ensino tradicional, por meio da interdisciplinaridade diluímos as fronteiras entre as diferentes disciplinas e entre elas e a vida do estudante.
Por que adotar uma metodologia interdisciplinar?
Primeiramente, porque a interdisciplinaridade conecta diferentes os domínios da realidade dos alunos e os permite uma visão sistêmica de seu entorno. E segundo a BNCC, “a educação deve afirmar valores e estimular ações que contribuam para a transformação da sociedade, tornando-a mais humana, socialmente justa e, também, voltada para a preservação da natureza”.
A Lei de Diretrizes e Bases para a educação, de 1996, afirma também o compromisso da escola de “considerar a formação integral do aluno, de maneira a adotar um trabalho voltado para a construção de seu projeto de vida e para sua formação nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais.”
Isso levanta a importância de um modelo educacional cuja metodologia desenvolva em seus alunos os conhecimentos acadêmicos exigidos. Mas também outras competências e habilidades úteis para sua formação humana completa. Em projetos interdisciplinares mão na massa, são estimuladas capacidades como o protagonismo, a empatia, a colaboração e o pensamento crítico.
Uma nova atitude diante do ato de conhecer
Ivani Fazenda, professora da PUC-SP, afirma que a interdisciplinaridade “não é uma categoria de conhecimento, mas sim de ação”. Ou seja, podemos nos referir a ela como uma nova atitude diante do ato de conhecer.
Já o antropólogo, sociólogo e filósofo francês, Edgar Morin, diz que: “o retalhamento das disciplinas torna impossível apreender ‘o que é tecido junto’, isto é, o complexo, segundo o sentido original do termo.”
Sendo assim, podemos dizer que o objetivo da interdisciplinaridade na educação é mostrar ao aluno o conhecimento como algo globalizante. Isso significa envolver uma relação entre diferentes disciplinas e entre as disciplinas e sua realidade.
Sabe a pergunta do início do texto? Com essa metodologia o aluno deixará de se perguntar qual a utilidade do tópico ensinado para a sua vida. Ao perceber que os conhecimentos estão interligados, — inclusive não só na escola, mas também na vida cotidiana, afinal a nossa existência por si só é multifacetada — a pergunta passará a ser: “diante de que outros desafios eu utilizarei esse conhecimento?”
A interdisciplinaridade nas nossas coleções
Conteúdos interdisciplinares são importantes, pois fomentam o desenvolvimento do pensamento complexo, ajudando o aluno a relacionar informações e contextos de forma mais organizada. Essa competência o ajuda a compreender melhor um mundo tão complexo como o atual.
Nossas coleções, por meio da cultura maker, nós possibilitamos que a mesma aula e os projetos propostos nela abordem conteúdos curriculares de diferentes disciplinas.
Nosso material didático permite que os alunos tenham capacidade de relacionar os temas abordados em aula aos contextos e situações presenciados por ele no dia a dia e na sociedade com um todo.