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13 de novembro de 2018
Facilitador, mentor e mediador: o novo papel do professor na escola
Professor no palco, quadro negro preenchido, powerpoint no telão, alunos em fileiras e livros abertos.
Professora na Escola

Professor no palco, quadro negro preenchido, powerpoint no telão, alunos em fileiras e livros abertos: essa ainda é a situação padrão no imaginário geral quando se pensa em escola, mas sua eficácia já não é mais a mesma há décadas.

Para substituir esse modelo, a Educação 4.0 busca fortalecer a resolução de problemas mirando nas necessidades da indústria geradas pela Revolução Digital, incentivando o desenvolvimento de competências socioemocionais, como empatia e colaboração, utilizando interdisciplinaridade.

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Mas como fica o papel do professor neste movimento?

Em um ensino baseado no learning by doing” (aprender fazendo), o educador também passa por transformações e é peça chave para trazer inovação à escola. Veja algumas boas práticas e novos exercícios dessa função.

5 Princípios: o papel do professor 4.0

Na Educação 4.0, o aluno é o protagonista. Por isso, em vez de detentor do conteúdo, o papel do professor deve alternar-se entre as figuras do mediador, facilitador e mentor, permitindo assim que os jovens estejam no centro de seu próprio processo de aprendizagem.

Isso significa que ele deve se atentar a:

1. Criar experiências de aprendizado

O professor não precisa ser expert em um determinado assunto para que ele seja absorvido. Deve, no entanto, saber como produzir ambientes e aplicar métodos que forneçam uma boa experiência de aprendizado, instiguem o aluno e permitam que ele exercite sua criatividade — propondo desafios, incentivando a participação e a interatividade, sugerindo projetos mão na massa e criando espaços makers.

2. Aprender junto

A noção de comunidade tem um papel importante na Educação 4.0, tanto dentro quanto fora da instituição. Por isso, além de ir atrás de problemas reais que possam ser solucionados em seu entorno, é importante facilitar a busca por informação em grupo e ter humildade para se envolver também nesse processo quando não tiver as respostas, sabendo que os próprios alunos podem ser fonte de conhecimento e encorajando a troca e a construção entre eles.

3. Prover recursos

Para que os alunos possam chegar às suas próprias conclusões, é necessário dar as ferramentas adequadas a eles. Logo, o papel do professor 4.0 vai além do “ensinar a pescar em vez de dar o peixe”: passa a ser oferecer molinete, linha e anzol e orientar de longe a elaboração da própria vara.

4. Dar atenção individualizada

Como mentor, um educador deve estar pronto para ajudar o estudante a desenvolver todo o seu potencial. Para que isso seja possível, é ideal dedicar algum tempo para entender seus objetivos e necessidades. É claro que seria difícil estabelecer uma conexão em nível pessoal com cada jovem em sala de aula, mas é preciso ter consciência de que cada um tem um contexto histórico social diferente e passa por diversas dificuldades do processo, para assim guiá-los pelo caminho que escolherem.

5. Capacitar-se sempre

Principalmente quando se trata de tecnologia, o professor também deve estar atualizado, buscar novas tendências e recursos — e é também responsabilidade da escola proporcionar momentos que permitam momentos de estudo e troca entre docentes.

A interação em sala deve ser uma via de mão dupla e o educador também pode se permitir ser educado. Além disso, o manuseio de ferramentas tecnológicas permite explorar novos conceitos, ativar conexões neuronais alternativas para o aprendizado, e estimular o interesse do aluno.

O novo papel do professor: facilitador, mentor e mediador 

O professor que acompanha a Educação 4.0 deve ser flexível, perceptivo e promover um ambiente empreendedor e criativo. Isso significa transitar entre facilitador, mentor e mediador para propiciar aprendizado autônomo em todas as situações, além de estar aberto a ser também aprendiz e renovar suas práticas pedagógicas.

Entenda melhor cada um desses papéis:

Facilitador

Um facilitador é uma pessoa que assiste um grupo com objetivos em comum — inclusive ajudando a criá-los, além de alcançá-los. Ele deve se abster de controlar processos sempre que possível, intervindo apenas para corrigir técnicas ou apresentar questões norteadoras que possam indicar novos caminhos.

A responsabilidade do facilitador é dar aos alunos as condições para que desenvolvam pensamento crítico e lógico, deixando que reparem seus próprios erros e recompensando criatividade em vez de exigir uma linha de raciocínio única.

Mentor

O mentor atua primordialmente como uma figura de suporte e motivação, conectando as atividades exercidas com as ambições, os valores e os objetivos pessoais de cada aluno. O educador 4.0 precisa, portanto, conhecer as peculiaridades de sua classe, bem como construir uma relação de confiança — mas, mais do que isso, ser ele mesmo um exemplo para seus mentorados, por conta de sua capacidade de influenciar comportamentos.

Em linhas gerais, um bom mentor encoraja o estudante a gerir seu próprio aprendizado e ir atrás de seu desenvolvimento além do que é exigido pelo currículo escolar.

Mediador

O mediador trabalha principalmente com a ligação entre diferentes significados previamente assimilados, utilizando novas tecnologias e outros recursos disponíveis que estimulem a mão na massa. Ao conectar diferentes disciplinas e explorar formas de aplicar conceitos em contextos e situações fora do comum, ele permite ainda a ampliação do processo de aprendizado.

Professor aprendiz

Em um contexto em que a informação está acessível a qualquer um, o poder está nas mãos dos alunos — cabe ao educador apenas ajudar a praticá-lo. Ambientes modernos de aprendizagem desconstroem modelos tradicionais de quatro paredes e permitem maior movimentação entre espaços e conceitos.

Nem todos os profissionais estarão confortáveis com essa posição, mas a adaptabilidade é chave para inovar no meio educacional.

O professor 4.0 não precisa ser autoridade em sala de aula. Nem mesmo precisa ensinar em uma sala de aula, ou ter um powerpoint, palco e carteiras enfileiradas. Precisa facilitar, mentorar, mediar — tornando-se também um aprendiz para que jovens desenvolvam seu potencial.

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